segunda-feira, 5 de julho de 2010

2010. II


Em 2010 aqui no Brasil outras odisséias continuam. 
Uma é a da Copa do Mundo, onde os sentimentos se unem, ou quase, num só coração. Seria "Pra frente, Brasil", mas  ....
Outra é das eleições presidenciais, o monolito obscuro de alianças e intenções indecifráveis .

A Copa do Mundo  rumou-se para quase uma Copa das Américas.    Certas seleções européias mostraram que a crise não é só campo financeiro. Vide a seleção francesa, com atuação vergonhosa tanto no campo quanto fora dele.

Em tempos de Copa, o nacionalisamo verde-amarelo é exaltado. Seja pelos adereços nas ruas e casas; pelas  torcidas em bares com seus telões de plasma ou churrascos em laje, o que importa é torce pela seleção. É mostrar-se brasileiro (?).  Se fizer o contrário, bom sujeito não é.

O que aconteceu no dia 02/07  não de tanto uma surpresa, houve tristeza e esta tormou-se alegria com a eleminação da Argentina no sábado por 4X0.  No entanto a indignação com a seleção brasileira vai durar.
Eis que já procuram novos candidatos ao cargo de técnico da seleção e pelo que foi mostrado são de boa aceitação do público.

O bom é que agora a povo tem  que prestar atenção nos candidatos à presidencia. Pelo menos deveria.
Pois os jogos do poder não são televisionados.


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Para compreender como o verdeamarelismo serviu para incurtir o sentimento nacionalista, sugere-se o livro Brasil. Mito fundador e sociedade autoritária, de  Marilena Chauí, editora  Fundaçao Perseu Abramo.  Nele a autora discorre sobre como foi construído o mito fundador do Brasil desde 1500 até os dias atuais.  De dádiva divina,  passando pela exaltação das riquezas naturais representadas pelas cores da bandeira nacional;  povo considerado ordeiro e amável, até a seleção canarinha.  A idéia de nação como semióforo, ou seja símbolo cheio de significação incessante e a sagração da natureza; da História e do governante  como bases do mito fundador respondem as questões de muito feitas ao longo dos anos.


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